"Tenho visto muitos jovens tratando o desapego como a nova
moda entre as condutas sociais, o tal do "amar sem se apegar". E
levam ao pé da letra o lema que pregam: gostam, afagam, verbalizam, andam de
mãos dadas...
Passada a fase da conquista, trocam de objeto. Um ciclo
que se repete, não há apego, não há formação de família, não há evolução de
relacionamento comum. Será que nessa trajetória de individualismo, esse jovem
encontrará alguém no caminho e saberá onde está o amor no meio de tanto apego a
si mesmo?"
(Nathalia Paccola)
Acho sim que é bom não ter apego às coisas materiais, aos
sonhos e desejos que a gente pode e dever rever, abrir mão, renovar, de
qualquer forma sem tender a volubilidade, à falta de determinação para
conquistar algo que se queira.
Mas desapego com relação às pessoas com as quais você se relaciona
pra mim é estranho demais. Eu não consigo, nem quero. Ao mesmo tempo que tenho
certeza que apego em excesso faz mal, como qualquer coisa ou sentimento em
excesso o faz, tenho certeza de que desapego da forma como é praticado hoje em
dia leva a relacionamentos vazios. Raso e fútil.
Acredito, e aprendi na vida, que é a intimidade que nos
faz amar, ser amados, é a aceitação (e sermos aceitos) que nos dá paz. E não dá
pra chegar a um nível de relacionamento íntimo e de aceitação sem dar tempo ao relacionamento,
ao conhecimento do outro (e de si mesmo junto e com o outro)... E com o tempo
passado junto, de qualidade, convivendo e trocando, não dá muito pra evitar se
apegar pelo menos um tico...
Faz parte da vida receber, apegar, curtir, conhecer,
crescer, avaliar, aprender, mudar, deixar ir, ou deixar vir de novo. É a graça de estar vivo!
5 comentários:
E acaso é melhor assim como disse Guimarães Rosa?
"Sigo à risca.
Me descuido e vou …
Quebro a cara.
Quebro o coração.
Tropeço em mim.
Me atolo nos cinco sentidos."
Sem dúvida! Prefiro isso ao frio, vazio... sem nada, sem apego.
Como sempre, as palavras certas, ditas da maneira certa ... cada dia mais, uma das minhas escritoras favoritas ...
:-)
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