"O Canhoto é aquele que a Natureza, por puro gosto, fez nascer num mundo destro, fazendo, naturalmente, tudo com o lado oposto...
Sem nenhuma possibilidade de optar pelo melhor dos lados, o Canhoto vai mundo afora, contra o curso normal do destro, na eterna e esquerda busca de um lugar, ou um momento, no qual se encontre em seu semelhante.
Este é o Canhoto... Este que, ao nascer, sem que opções lhe restassem, aceitou incondicionalmente, viver e ser vivido, caminhar e ser caminhado, mesmo que toda a vida se lhe apresente ao contrário... Mesmo que todos os rumos lhe apontem o outro lado.
Este é o Canhoto... Este para quem a beleza não reside, obrigatoriamente, no lado que fica à mostra, mas se encontra, certamente, no mais recôndito avesso.
Assim é o Canhoto... Que vive, ama e fere, sutil, ingênua, pura e inocentemente, os padrões normais, isento de qualquer culpa, posto que o que, para tantos e certo, tantas vezes, aos olhos Canhotos, tanto lhes parece errado...
'Que onde encontrarmos um sopro de vida, uma mínima energia, estejamos prontos a defendê-la...'
Sem medo de Ser Feliz...
Sem vergonha de Sentir, Sonhar, Acreditar e Realizar..."
(Escrito por minha mãe, em algum dia no começo da década de 90... Naquela época eu não sabia ainda o quanto dela eu veria em mim, mais tarde...)
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