terça-feira, janeiro 18, 2011

Memórias, Sonhos, Reflexões - Carl Gustav Jung



"Eu logo cheguei à compreensão que quando nenhuma resposta vem do interior para os problemas e complexidades da vida, eles definitivamente significam muito pouco. Circunstâncias externas não são substitutas para a experiência interna. Logo minha vida tem sido singularmente pobre em acontecimentos externos. Eu não posso dizer muito sobre eles, pois isto me pareceria vazio e insubstancial. Só posso compreender-me sob a luz dos acontecimentos interiores. São eles que constituem a particularidade da minha vida e é deles que trata minha auto-biografia."

"O Destino quer - como sempre quis - que na minha vida todo o exterior seja acidental e que só o interior represente algo de substancial e determinante."

"Cada vida é um desencadeamento psíquico que não se pode dominar, a não ser parcialmente. É muito difícil, por conseguinte, estabelecer um julgamento definitivo sobre si mesmo ou sobre a própria vida."

(Trechos de Memórias, Sonhos, Reflexões, auto-biografia de Carl Gustav Jung que estou lendo.)

Faz algum tempo que não lia um livro que estimulasse tanto meus pensamentos, meus valores, minha vontade de devorar um livro e ler mais, estudar.
Jung foi convidado, perto de seus 83 anos, a escrever uma auto-biografia.
Não sem algum desconforto, não sem muita reflexão, eles se pôs a compilar desde suas primeiras e remotas lembranças de bebê num carrinho até aquele momento o que lhe havia marcado internamente, o que o levou a ser quem veio a ser na maturidade.
Estou ainda na fase da infância descrita por ele e fico ao mesmo tempo feliz, excitada e agoniada ao ver que questionamentos simples que passam pela cabeça de uma criança (o papel de Jesus e da igreja na vida da gente, o que significam nossos pais naquela idade e o que eles trazem pra gente, o que continuam significando mesmo quando nos tornamos adultos, o que carregamos deles pra sempre, o quão contraditórios são os adultos aos nossos olhos infantis, como a matemática pode ser sem sentido pra uma criança, como pode ser difícil ter uma vida simples perto de crianças ricas, como se pode não ter noção de poder e dinheiro quando se é uma criança de vida simples e feliz no campo, o medo da morte que nos ajudam a criar já nessa fase, as culpas, os julgamentos...) podem ser tão cruciais pros adultos que viremos a ser.
Este livro é pra ser lido, devorado, analisado, rabiscado, indicado, presenteado.
Sem dúvida meu mais novo e melhor vício e paixão, e que vai me deixar triste quando se acabar.

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