Quando achamos que a vida está toda certinha, que tudo
entrou nos eixos, vem alguma coisa e tira tudo do lugar. A gente sofre por
perdas, anseia por uma coisa ou outra... Se pergunta um milhão de vezes se fez
uma escolha certa. Fica sem entender por que a vida tem horas que parece tão
ingrata, por que ela nos deve tão pouco respeito...
Nessas horas falta lucidez. Parece que falta chão, que
falta ar. Tem dias que falta até água ou sobra dela. Tem dias que a solidão
incomoda, tem dias que é a multidão que incomoda.
E a gente segue buscando, sempre adiante e além, e pondo
fora de nós a responsabilidade de nossa felicidade. Aliás, colocamos no
encontro da felicidade plena a única possibilidade de uma vida realizada, ou de
paz.
A gente se ocupa de problemas que não são nossos, se
enche de obrigações sociais, de obrigações nem tão importantes (como manter a
casa impecável, estar sempre na ponta de todos assuntos...) e vai deixando de
lado o mais importante... Conhecer a nós mesmos.
Analisar as coisas que sentimos, entender o porquê de uma
reação a um tema ou outro, por que certa pessoa nos incomoda tanto. Por que
alguma tarefa parece tão impossível de realizar. Por que adiamos e adiamos
coisas que podíamos muito bem resolver hoje.
A gente adia, empurra com a barriga, protela, esconde,
foge, tapa.
Somente olhando de frente pra nós mesmos, pra dentro do
que somos, somente encontrando a paz conosco, somente sabendo entender,
escolher o que viver ou não, somente não sendo impulsivo e reativo, somente
plenos com nossa mente e coração encontraremos a serenidade que nos faz sentir
a vida como boa, de fato.
A base para isso? Dedicação, silêncio, reflexão,
disciplina, muita disciplina.
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