Sei lá...

"Tem dias que eu fico pensando na vida e sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender a gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão
Sei lá, sei lá, eu só sei que ela está com a razão
Ninguém nunca sabe que males se apronta
Fazendo de conta fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
O sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é um descuido do não
Sei lá, sei lá, eu só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão
Sei lá, sei lá...
Sei lá, sei não!"

[Tom Jobim & Chico Buarque]


Eu andava sei lá... Sei lá, tipo assim, desensabida. Pensativa. Reclusa. Cansada. Desistida. Trabalhada. Ocupada. E veio esse domingo de sol no Aterro com a Ana. Um dia tão lindo, aquela menina tão doce e de olhos escuros me olhando, grande agora, pequena mulher, que saiu de mim... O vento. O sol. A sombra da árvore. A grama espetando por debaixo da canga. As peças coloridas do dominó que a gente com astúcia tem que ir conectando... Assim como a vida que, sei lá, tem sempre razão.
E tudo passou. Eu ainda continuo sei lá, mas sorrio cada vez que penso nisso e quando me lembro dessa música. Sabendo que a vida tem sempre razão, mesmo que a gente não entenda de cara, fica tudo bem menos difícil.
Memos uma semana, mais um final de semana!

Em tempo, leiam: Outra Primavera. A-M-E-I!